segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Cannabis sativa: medicamento que renasce



A Cannabis sativa vem sendo utilizada como medicamento há pelo menos 5.000 anos atrás, inicialmente na Ásia e Ásia menor. Atinge a Europa na época das Cruzadas (ou talvez até antes) e o apogeu de seu uso médico dá-se no século XIX. Passa-se então a ser citada em muitos livros médicos sendo largamente utilizada para casos de dores neuropáticas. Na primeira metade do século XX, a maconha é totalmente combatida, sendo considerada como "a erva do diabo". Entretanto, a partir da segunda metade do século XX e no presente século, descobertas científicas básicas e clínicas de vulto estão trazendo novamente a maconha como um medicamento valioso. Ressalta-se ainda a grande importância da descoberta de um sistema canabinóide intrinsecamente  presente no cérebro humano. A Organização Mundial de Saúde tem protocolos específicos que autorizam o uso médico da maconha como medicamento, sob supervisão e normatização do Ministério da Saúde de cada país que o julgue necessário. Países como os Estados Unidos da América e a Holanda, também, mantém esta forma de tratamento. A recomendação do Comitê Assessor sobre álcool e drogas para o Ministério da Saúde do Brasil é que este deve defender a continuidade das pesquisas nessa área. Apesar do tratamento já ter sido adotado na Europa e nos Estados Unidos, no Brasil ainda não são produzidos medicamentos com essa droga. Por trás disso há inúmeros problemas, como a falta de controle na produção e comercialização da maconha e os embargos políticos O Professor-doutor 

Elisando Carlini, médico pela Escola Paulista de Medicina (1957), Master of Science pela Yale University (1962) e Professor Visitante de Pesquisas do Mount Sinai School of Medicine, N. York (1970), membro Titular do International Narcotics Control Board (INCB) órgão ligado à ONU (2002-2007) e eleito pela comunidade Científica Internacional, fundador do Departamento de Psicobiologia da EPM/UNIFESP e professor-titular do mesmo; atualmente aposentado e lotado no Departamento de Medicina Preventiva/UNIFESP. Fundador e Diretor do CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicos) fala sobre essa temática em uma de suas (magníficas) aulas na faculdade de Medicina da UNIFESP. Vale a pena conferir!

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