domingo, 26 de abril de 2009

Então vá se perder...


Dizem que se perder é algo fácil. Perder-se é não se encontrar.
Mas como se perder se sempre levamos conosco, a todos os lugares a que freqüentamos, tudo que construímos e carregamos até o prezado momento desta vida?
Falo em se perder para logo após se encontrar, e daí ressurgir. Ressurgir é revigorar-se, tomar nova consciência sobre o que se tem à volta. E, às vezes, este encontro só é possível quando se encontra a si mesmo nas condições mais primitivas ou inóspitas possíveis.
Qual é?! O ser humano também pode ser Fênix. Também pode ser mutante, inconstante, centroavante. Por que não ter coragem e começar tudo novo de novo?
Aprendí a levar em consideração o que o Ziggy Marley me disse cantando num dia desses, enquanto lia um livro:
“I can’t make you happy unless I am!”.
E é bem isso mesmo! Não podemos doar nossa felicidade para que outros sejam felizes. Meus amigos têm me questionado muito se devem levar suas vidas no “caminho mais fácil” ou do jeito que realmente querem. Isso faz algum sentido? Tem como “não ser” a si mesmo? Então me explica como isso funciona... Porquê por mais que eu tenha passado “poucas e boas” por não abdicar a mim mesmo, nunca me arrependi disso. Aceitar àqueles fios de cabelo branco; a cor da tua pele; tom de voz; quem você deseja amar...
Não existe futuro pré-visto. E, se existisse: seria legal? Creio que não. Tudo seria calculávelmente esperado. Mandando para bem longe todas aquelas boas expectativas: o friozinho na barriga, o gaguejar ao falar, as mãos frias...
É. É difícil se aceitar! Ainda mais quando os defeitos são aguçados - perante a sociedade. Mas, e aí? Quem disse que viver seria fácil?
E, caso você não concorde comigo... Ah, então vá se perder!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Você é feliz... agora?


Hoje parei para questionar quanto a minha própria felicidade.
Percebi que tenho um sério problema em dizer a mim mesmo que não sou feliz, mas sim, estou feliz - não que eu não esteja neste exato instante. É só pra definir a felicidade como um sentimento momentâneo. Digo, algo que vem e vai embora em seguida. Podendo ser num piscar de olhos; num beijo; num carinho feito com as pontas dos dedos...
Então por que quando alguém nos pergunta: “você é feliz?” damos uma resposta concreta?!
Isso depende muito! Do momento em que estamos, das pessoas ao nosso redor... Depende de todo um contexto.
Então, no meio dessa minha auto-análise acabei chegando à conclusão que a felicidade para mim é mais simples do que eu mesmo imaginava. Está num sorriso verdadeiro; numa garrafa de cerveja compartilhada com os amigos; naquele beijo carinhoso que só “aquela” pessoa sabe dar; no abraço da mamãe num momento de dor; a cada “Vem aqui, tio Lê!” que minha sobrinha diz com aquele brilho nos olhos que só ela tem... Será que preciso de algo mais?
O problema é que sempre acho que sim! E são nesses momentos que me julgo infeliz... Tolice a minha! E tudo que tenho de bom? Mas, vai dizer: Isso não acontece com você também?!
Acho que esse é o primeiro texto que escrevo sem propósito algum. Talvez até tenha. Mas sabe quando você começa escrevendo o quê está na cabeça e dá no que dá?!
Não sei nem como terminar, só queria deixar arquivado aqui como eu – juntamente à minha felicidade – sou inconstante. Ou seria “somos...”?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

De real, basta o mundo!


De real, basta o mundo! Eu quero é partir em busca do que é incógnito, improvável e incorreto. Eu vejo sentido no abstrato e, sim, muita vida no que muitos convencionaram chamar de "Natureza morta".
O que é mais abstrato do que o amor? Ele não tem forma nem cor, mas é o que me faz parar o coração. A gente busca incessantemente essa sensação de enfartar de amor, de sentí-lo pulsando e estourando nossas veias. Que outra coisa nos leva a isso? O que mais justifica todos os poemas, todas as músicas, toda a angústia e inspiração do mundo? Só ele, o Amor. E me atrevo a escrevê-lo com "A" maiúsculo, pois ele é divino. Mesmo sendo a pintura abstrata que muita gente já não aprecia mais - ou ao menos, tenta. Em busca de retratos reais, a gente se joga nas cordas do comodismo, esquecendo o verdadeiro motivo de estarmos aqui. E eu sei que você também pensa assim...