sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

2009: Here it comes!


Assim como Drummond, penso que nossos antepassados, em algum dia,resolveram dividir o tempo (em dias, meses, anos...) para que não perdessem a esperança de que amanhã, mês que vem ou o próximo ano fosse melhor.
Então, os ânimos e energias se renovam e começa tudo novo de novo. Novos erros, novos acertos. Novos amores, desconcertos...
De dois mil e oito eu já cansei e estou praticamente fechado para balanço. Só quero levar comigo os bons – e talvez poucos – acontecimentos ocorridos.
Sinto boas energias e gigantes sorrisos para dois mil e nove!
E espero não estar inocentemente errado quanto à isso... Que então venha um "Feliz Ano Novo!".

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O que é certo para você?

Não, não me leve a mal.
Escolho o errado com consciência, pois é o mesmo que tenho sido.
O encontro de duas pessoas "erradas" pode ser tão intenso ou mais quanto o de duas pessoas "certas", a diferença está no tempo disponibilizado e na expectativa que se constrói.
Há uma consciência maior de que tudo pode acabar a qualquer momento, mas não é alta a prioridade.
Enquanto estivermos juntos, temos de estar. Inteiros e presentes.
O "errado" pode ser certo se houver sintonia, pois erradas, na verdade, nunca são as pessoas... São as horas.

domingo, 16 de novembro de 2008

O mutante que sou

Sou um grande sonho ou ao menos sonho em me tornar um.
Vivo querendo mudar; mutar; alterar; sufrir una mutación!
Não a ponto de ser mutante - como um dos X-Men.
Por um lado, bem que seria legal teletransportar de um lugar para o outro; ler a mente das pessoas;
projetar uma energia concussiva através dos meus olhos; mudar o clima do tempo quando quisesse uma daquelas tardes chuvosas de domingo, ou até mesmo,
sugar a energia das pessoas com um beijo meu. Mas acho que sou - feliz ou infelizmente - humano demais pra tudo isso.
Então me limito a ser quem sou. O mutante que sou.
Talvez o meu "Gene-X" me dê um poder diferente. O poder de sentir; suprir; amar; odiar; sofrer; sorrir; chorar; acertar e errar...
Quanto mais os pratico, mais controle tenho sobre eles.
Sei que se sentir demais, posso me machucar ou descobrir incríveis sensações.
Sei que se suprir demais, posso ser considerado muito "chiclete" e ser deixado de lado ou ser suprido assim como fiz e receber de volta todos meus carinhos.
Sei que se amar demais posso amedrontar as pessoas com a confiança e afeto que tenho por elas ou ser amado ainda mais, me sentindo importante e amável.
Sei que se odiar demais só tenho a perder. Pois, além de me tornar inimigo dos demais, posso fazer mal a mim mesmo.
Sei que se sorrir demais, posso cativar as pessoas. Ou não, e então elas me tacharão como idiota ou falso.
Sei que se chorar demais, vou me distanciar daqueles que não querem minhas lágrimas ou descarregarei todas as dores do meu coração.
Sei que se acertar demais, todos apostarão suas cartas em mim e posso ser esteriotipado como "perfeito". Logo, na primeira mancada que eu der, todos estarão decepcionados.
Sei que se errar demais, ninguém confiará em mim, muito menos contar comigo pro que precisarem ou pro que eu precisar.
Só sei que eu - assim como todo e qualquer outro ser considerado um mutante - sou falível. Erro tentando acertar, acerto tentando errar.
Tudo que precisamos é de uma chance para que possamos mostrar que não somos tão ruins assim.
Então enquanto meus quadrinhos não são publicados na MARVEL COMICS, nem minhas aventuras passarem na SBT todas as manhãs
continuo cuidando dos meus poderes para que eles me tornem o melhor ser-mutante que eu possa ser.
Talvez meu sonho em ser um sonho nunca se concretize, mas como vou saber se não sonhar?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Demarcação: a quem interessa?

Certa vez, ouvindo a rádio 94 FM de Dourados, ouví a entrevista de um índio guarani, de nome Acácio, que foi reclamar sobre o descaso com que ele e sua família estavam sendo tratados pela Funai e Funasa.
Suas palavras doídas, vindas do fundo de seu coração, tocadas pela revolta, davam conta que dois membros de sua família estavam a mercê de morrerem por falta de tratamento.
Com seu linguajar simples, Acácio fazia sua denúncia dizendo: "É, seu 'Marçá'. A situação 'tá pecuária'" (queria dizer "precária"). E concluiu: "Índio só abre a boca quando morre".
Nenhuma providência foi tomada. Tempos depois, a manchete nas primeiras páginas dos jornais era: "FOME MATA CRIANÇAS NA ALDEIA". As crianças - subnutridas - nas quais as manchetes referiam-se eram os filhos de Acácio, que deram entrada no hospital da cidade pesando; uma delas, 6kg e 700g. E a outra, apenas 4kg.
Maior do que a falta de pessoal, veículos e medicamentos é o déficit de responsabilidade vinda dos únicos órgãos de proteção que esse povo têm.
A verdade é que, enquanto nossos irmãos morrem de fome, a política errada de conduzir suas vidas continua como motivo para um verdadeiro cabide de empregos.
Enquanto isso, nossas autoridades impedem o arrendamento das terras das reservas indígenas para agricultores que poderiam possibilitar uma renda que impediria que nossos pequenos índios morressem de fome.
A função das nossas "excelentíssimas" autoridades não é destinada à um público restrito. Vale lembrar que suas funções devem ser isentas e imparciais, em benefício de todos os brasileiros, independente de sua origem, raça, cor e/ou crença.
Se terras têm que ser demarcadas como terras indígenas, todo o Brasil deve ser demarcado; começando pelas áreas mais tradicionais do país, aquelas reconhecidamente indígenas.
Precisamos - e devemos - viver como irmãos que somos, cada um preservando seus costumes, línguas, tradições e crenças. Sem a interferência de quem quer que seja. Com políticas coerentes que possam viabilizar a vida de todos: índios e não índios. Cada um respeitando os limites uns dos outros.
Aí sim, provaremos que Acácio - o índio que perdeu dois filhos por desnutrição - estava errado.
Índio também abre a boca... para sorrir!
"É pela paz que eu não quero seguir,
é pela paz que eu não quero seguir admitindo."

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

The pursuit of happiness


Digamos que "seguir" a felicidade seja possível. E possuí-la?
É muito comum ouvirmos as pessoas mais velhas mostrarem-se maravilhadas ou perplexas diante das inovações dos nossos dias, dizerem coisas do tipo: "Ah, você é que é feliz! No meu tempo não tinha nada disso!". Não deixa de ser verdade que, atualmente, há soluções prontas para praticamente todos os problemas e produtos para quase todas as necessidades. Por que, então, as pessoas não estão mais felizes?
Em primeiro lugar, porque a felicidade não é um estado que se atinge e lá se fica. Só somos capazes de identificar que alguns momentos são felizes justamente pela comparação entre o estado de felicidade e as demais sensações, menos agradáveis, que experimentamos ao longo de nossas vidas.

Em segundo lugar, porque estar feliz não depende de fatores externos, é um estado que se adquire a partir de dentro de nós mesmos.
Sei que muitas pessoas podem discordar desse raciocínio e alegar que, por exemplo, ganhar sozinho na mega-sena deixaria muita gente feliz. Isso é verdade para todas as pessoas que querem muito ganhar dinheiro. Mas essa alegria, também não duraria indefinidamente porque, uma vez realizado o sonho, ele passa a fazer parte da vida da pessoa como algo adquirido e, embora possa ser sempre objeto de satisfação, não garante o estado de felicidade contínua.
Atualmente, somos tão fortemente bombardeados com excesso de estimulação e informação, que é comum observar ansiedade e frustração nas pessoas, por não conseguirem dar conta de conhecer e acompanhar todas as novidades. É bom lembrar que ninguém é capaz de dar conta de tudo isso. E mais, se a ansiedade se instala, aí é que passamos a produzir menos e a usufruir menos ainda da nossa vida. Portanto, o melhor é escolher as melhores alternativas, aquelas que mais nos interessam, e deixar o que é menos importante para depois ou para trás, lembrando-se que somos humanos e, portanto, limitados.
Para que estejamos bem, é necessário que estejamos sintonizados a nós mesmos. Na prática, isso significa relativizar a importância de tudo que nos atinge de fora para dentro, seja a opinião alheia, o apelo consumista da mídia, as injustiças de que somos vítimas, às vezes, o padrão de beleza imposto pela sociedade atual, enfim, é preciso aprender a ficar, dentro do possível, imune aos golpes que vida nos desfere vez por outra. Para isso, precisamos aprender a cultivar e a expressar nosso próprio modo de ser e apreciar a vida sendo do jeito que somos, sem procurar agradar a todos, até porque isso é impossível.
Às vezes as pessoas se perdem em terríveis armadilhas sociais porque gastam a sua energia buscando corresponder às expectativas dos outros ou a atingir metas impossíveis, cujo limite é o próprio corpo. É impossível agradar a todos e, portanto, esse comportamento não vale a pena. É melhor que você seja do jeito que você é e mostre-se espontaneamente para os outros. Muitos irão criticá-lo e se afastar, mas aqueles que gostarem e sempre haverá algumas pessoas que gostarão de você do jeito que você é esses valerão a pena porque, com eles, você poderá se relacionar com leveza, espontaneidade e confiança. Independentemente da sua idade, raça, credo, profissão ou time de futebol, seja sempre você mesmo. Sempre haverá uma platéia pronta para aplaudir sua capacidade ou incapacidade de ousar, de ser ou não ser original, diferente ou parecido com a maioria. Escolha estar com aqueles que aceitam você da forma como você mesmo se aceita e se respeita.
Quanto à satisfação material, busque aquilo que te dá prazer, lute para ter o que você deseja, mas aprenda a satisfazer-se com os frutos do seu próprio esforço e desfrute da busca, não só do resultado. Viver é para o momento presente. Não deixe que a ansiedade lhe diga que a alegria está lá na frente, no futuro, somente se você atingir o objetivo x, y ou z. Você pode trazê-la para cada momento presente, apenas escolhendo ser positivo. Cultive boas amizades, acrescente novas atividades à sua vida, busque diferentes desafios e vibre com cada acontecimento, cada novo encontro.
Não gaste o seu tempo e a sua mente pré-ocupando-se com os problemas. Ao invés disso, ocupe-se trabalhando neles para resolvê-los e use sua mente com pensamentos positivos e um sorriso no rosto. Faça sua parte, trabalhando com entusiasmo e confiança no resultado, respeitando os limites que o seu corpo, sábio conselheiro, lhe impõe. Ocupe-se com as soluções e com tudo o que lhe faz bem, sem deixar que negativismos ganhem espaço na sua mente. Sonhe alto e sorria muito, todos os dias, várias vezes ao dia. Você verá que viver em paz consigo mesmo, tanto quanto ser feliz, é uma escolha, um estado que decidimos ter para nós. Não vem de fora, vem de dentro e precisa ser construído a cada momento de nossas vidas, independentemente do que o mundo exterior nos diga. Então me diga: você está - e não "é" - feliz?