terça-feira, 19 de abril de 2011

Lógica sem nexo


E então tudo começa a fazer sentido novamente. O brilho nos olhos, a risada boba, a mão sobre a outra, o beijo no final... Será que é isso mesmo? E, se sim, até quando vai durar? O ser humano tem essa necessidade de tatear a concreticidade do processo. É característico. Quase que instintual.
Dizem que antes de dar respostas, é preciso saber perguntar. É o que mais tenho feito. Será que é melhor contentar-se com um gole pra matar a sede quando se tem a possibilidade de possuir o rio inteiro? Será que é mais fácil continuar a caminhar rumo a um deserto seco e não-consensual, cheio de miragens, quando se sabe que tudo aquilo não faz parte do seu “eu”? E, falando em “você”, e você? É justo deixar de lado quem se realmente é? O belo se faz abstrato dependendo de quem o analisa. 
Interrogações demais pra exclamações de menos.
E o pior é quando tudo isso te leva a um paradoxo sem fim: Bom demais pra te fazer querer sair; perigoso demais pra te fazer querer entrar.
Eu entendo o que se passa no seu coração (apesar de não gostar muito de cardiologia). Não só do seu, mas do meu também. Às vezes, com a correria do dia-a-dia, até me esqueço dele, mas sei que está ali. Aliás, neste momento, ele se encontra num estado, quase que notório, de arritmia – não por batimentos de menos, mas sim por batimentos demais. Como ele bate acelerado quando te tenho por perto... E eu que achava que esse tipo de coisa só acontecia quando éramos adolescentes...
E eu que achava tanta coisa que não acho mais! Realmente, os primeiros meses do ano de 2011 valeram mais que 2010 inteiro. Mas isso não me faz aceitar a idéia de que em 2012 tudo se acabe. Pelo contrário, me faz querer que tudo dure por um período indeterminado. Pensei em usar a expressão “Pra sempre”, que costuma ser mais característica pra esse tipo de frase.  Mas acho que pra sempre, talvez, seja muito tempo. Pode ser que, em algum momento ao longo do caminho, sua sede acabe, o copo se quebre, você queira nadar em outras águas ou até mesmo se perder nas miragens no meio de tanta areia, mas tudo bem desde que, enquanto isso, cada página dessa história termine com um beijo no final. 

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