domingo, 21 de junho de 2009

Me, me, me!

Talvez o erro seja realmente meu: essa coisa toda de poder confiar, de sentir uma segurança confortante no outro. Talvez eu esteja errado. Talvez não...
Pode ser que, daqui a alguns anos, eu aprenda que realmente só tenho a mim mesmo para contar nas horas difíceis. Apesar de nunca ter concordado com o famoso "Me, me, me!" - expressão que ironiza o egoísmo norte-americano.
De qualquer forma, prefiro continuar procurando - mesmo que veja, futuramente, que nada passou de um sonho utópico - uma pessoa na qual me permita fechar os olhos e ter a certeza de que ela estará lá para e por mim. E não precisará ser, obrigatoriamente, um dos meus pais...

5 comentários:

Eduardo Espíndola disse...

"me, me, me!" é na verdade um jargão do Fudêncio e nada tem a ver com a individualidade. É quando ele está irritado.

Leandro Soares Oliveira disse...

Pare de assistir tv e vá ler um livro sobre cultura contemporânea norte-americana - aí então vc entenderá que o mundo não é só MTV!
beleza,"Pê?" rs... ;)

Thaís Bett disse...

No filme Closer, alguem diz assim: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso".
O problema é que ainda guardamos resquícios de conto de fada.
Nunca encontraremos uma pessoa que nos satisfaça integralmente, mas certamente acharemos aquelaque mais perfeitamente se encaixe, ou que se esforce para isso.
O erro não é seu, nem de ninguém. Agente é que sempre quer mais e melhor. e não ha nada de errado nisso.

B-joss

J.G.N. disse...

Curiosa essa nossa carência. Inventamos tudo que é possível para nos cercamos de conforto social, até do mais do que de gente real. Muitas relligiões chamam ao Sagrado de Pai ou Mãe por conta disso, desse estado órfão que sentimos tanto; de tanto lamentar-mos o fato de que a melhor pessoa que pode ajudar alguém é, afinal, esse mesmo alguém.

Para mim, Sartre acertou em muito do que propôs. E acertou ao dizer "o inferno são os outros". Mesmo porque, se todos fossem mais como nós, mais concordante, mais presentes e compreensivos, o mundo seria um lugar bem mais gostoso.

Bom, eu curto mesmo é a diferença. Seja preconceituoso, seja um escroto, um assassino, mas seja diferente de mim! Lute comigo; criemos um conflito! Na guerra (assim como no Amor), é a relação, a contradição que salva.

Ou por que será que a palavra "desenvolvimento" é composta justamente pelo prefixo de negação "des" antes de "envolvimento"?

Como cantavam os Smiths em "Ask": "Se não for o amor, será a bomba que irá nos unir". O conflito e a dor unem tanto quanto as boas sensações e os bons sentimentos. Frequentemente até mais.

O que quero dizer com tudo isso é que - exceto pelo narcisismo, que julgo um hobby superdispensável -, acredite: você pode ser uma excelente companhia para si mesmo e, por mais que você tente, neste mundo você nunca está de fato só, então aproveite cada criatura a sua frente. Desconstrua e deixe-se desconstruir. Viva e deixe morrer.

TATIANA SÁ disse...

Concordo com o Gabriel "Neste mundo você nunca está de fato só." - mesmo eu, sendo, uma pessoa incrivelmnente carente de algumas coisas... aprendi a conviver comigo em certos momentos e noutros não. Há tempo para curtir cada coisa da vida.

Bjos Lê!