segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Lamarck me entenderia...

Mesmo após três anos vivendo longe da barra da saia da minha mãe, sinto como se faltasse alguma coisa, algo que não está aqui - que ficou uns 230 km distante de mim e que, por vezes, parece estar muito mais longe que isso. Sempre custei a crer na teoria evolucionista do Lamarck, aquela do isolamento reprodutivo. Mas hoje, fazendo uma análise comportamental comparativa entre os Douradenses e Campograndenses com uma base de dados de 2008 - 2011, vejo que o cientista tinha lá seus motivos. Como as pessoas, a cultura, a educação, o jeito de viver, a solidariedade e até os olhares são diferentes... É como se, realmente, as populações, outrora, houvessem evitado/bloqueado/negado uma comunicação e troca de informações - impossibilitando a reprodução de posteriores genes semelhantes. Isso me faz sentir um "Alien", como diriam nossos vizinhos norte-americanos. Segundo o dicionário:

1. (a.) Wholly different in nature; foreign; adverse; inconsistent (with); incongruous; followed by from or sometimes by to; as, principles alien from our religion.
2. (n.) One excluded from certain privileges; one alienated or estranged; as, aliens from God's mercies.
3. (a.) Not belonging to the same country, land, or government, or to the citizens or subjects thereof; foreign; as, alien subjects, enemies, property, shores.
4. (n.) A foreigner; one owing allegiance, or belonging, to another country; a foreign-born resident of a country in which he does not possess the privileges of a citizen. Hence, a stranger. See Alienage.
5. (v. t.) To alienate; to estrange; to transfer, as property or ownership. 

Isso tudo só pra registrar aqui meu sentimento saudoso, nostálgico e, por ora, triste de vontade de estar na minha e com os meus. Saudade de acordar de manhã, no meu quarto azul, com a risada (sempre alta e envolvente) da minha mãe; de descer as escadas e encontrar aquela mesa cheia de frutas e pães apaixonadamente posta; do abraço e do beijo do meu pai na hora do almoço; dos tererés com o Felipe e com a Léli combinados nas horas mais bizarras (à meia-noite, de manhãzinha, no horário de aula...); de pedir ajuda pra minha irmã naquelas horas em que necessitamos de qualquer mão-amiga (menos a dos nossos pais); de usar mil e um copos por dia só pra tomar água; de deixar os tênis jogados na sala-de-estar e quando voltar lá, minutos depois, ele estar limpo no seu armário... Mas, mais que tudo isso, fica a eterna saudade de um sentimento que talvez nunca mais eu venha a sentir: o de pertencer a um devido lugar e pessoas; de saber que tudo não depende apenas e unicamente de você; que se você tropeçar, cair e falhar, basta erguer a cabeça e segurar aquela mão que está ali, só pra te impulsionar a continuar e fazer sorrir.

Um comentário:

Léli disse...

AmoVc cabecaaao... me fez chorar nee, valeu!!!
rs