quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cada um no seu quadrado

Muito chata essa pseudo-cobrança que as pessoas nos fazem diariamente. Se você ainda não namora, perguntam quando você vai arranjar alguém para chamar de seu/sua; se você está perto dos trinta, perguntam quando será o casamento; se você mora em um apartamento alugado, perguntam quando você vai comprar a sua cobertura; se você engorda, perguntam quando vai emagrecer; se você emagrece, questionam a qualidade da sua alimentação; se você pinta sua parede de azul, perguntam por que você não pintou de amarelo; se você acabou de casar, perguntam quando vai ter um bebê; se você acabou de ter um filho, perguntam quando virá o próximo. Apesar de estarmos em 2012, parece que tem gente que vive em outra era. E se você quiser fazer produção independente? E se você for homossexual? E se você gosta de dormir sozinho e bem esparramado na sua cama? E se você não quer se casar? E se você acha bacana ficar junto só no final de semana? E se você prefere ter animais de estimação ao invés de filhos? E se você quer pintar cada parede de uma cor? E se você quer viver de aluguel a vida inteira? E se você não tem grana para comprar um apartamento? E se você prefere gastar seu dinheiro em viagens? Parece um crime a gente querer o diferente. Parece errado a gente querer fazer o que os parentes e amigos mais próximos não fazem. Acho um absurdo a gente ter que dar satisfação de sonhos e projetos que na realidade são única e exclusivamente nossos. Existem coisas que são só suas. Existem escolhas que só pertencem a você. E fim de papo. E fim de jogo. E fim de tudo. Ninguém tem o direito de te julgar, de colocar o dedo na sua cara e dizer que o jeito que você vive não é legal. Procuro manter perto as pessoas que eu gosto e que realmente querem o melhor para mim. E o melhor para mim nem sempre é o que o outro considera o melhor. O jeito que eu levo a minha vida, a forma como eu encaro os meus dias dizem respeito apenas a mim. E mais ninguém. Quem quiser, que embarque nessa comigo. Quem não quiser, que me respeite e viva a própria vida da forma que bem entender. Sempre achei que a vida da gente é como uma tela branca. Nela, a gente coloca as cores e formas que quiser. E quem não gostar, que a tire da tomada. 

2 comentários:

P.Paim disse...

Muito bom. Me identifiquei e de certa forma quando terminei de ler me senti mais leve. Curti.

Welington Moraes disse...

interessante também me identifiquei.. quase um catarse rs