quinta-feira, 24 de março de 2011

Quero e não quero

É preciso muita calma. É preciso muito amor.
É preciso muita cama, sem hora marcada, ao acaso, sem caô.
Chega da ansiedade dos relógios. Eu quero toda volúpia de quem não espera, de quem se surpreende e entra no jogo, mas consegue sair dele no café da manhã. 

Jogos novos com os mesmos jogadores. Não quero sentar na mesa e ficar nela até sair com tudo ou nada. 
Quero deixar pra amanhã, mesmo que ele nunca chegue. E vou chegando, devagarinho, sem me entregar por inteiro. Aceito uma casa com chão, mas recuso o teto; de espelho e não de vidro - onde a gente entrega o RG na entrada mas só se identifica dentro do quarto.

Um comentário:

Gabriela Kina disse...

Em suma, é de sentir que a gente vive. Racionalmente, isso não faz sentido, e por vezes, não há como ser certo sempre. O verbo esperar indica uma ação de escolher ficar de longe, só olhando. Podemos entrar no mesmo tom da música, ou atravessar, acabando com a beleza de se fazer presente.

Te Amo!