domingo, 12 de setembro de 2010

O Avesso dos Ponteiros


Os dias têm passado tão rápido que nem dá tempo de analisá-los. Viver tem sido tão intenso – e, ao mesmo tempo, de forma tão mecânica – que fica difícil definir o que (realmente) é o verbo “viver”. É, no mínimo, interessante essa dependência que desenvolvemos pelo outro – ainda mais quando é alguém que amamos (ou, ao menos, acreditamos nessa ideia). Chegamos a outro ponto-chave: idealizar. Característica clichê e, quase vital, do ser humano. Outro dia me disseram que sou amedrontador pelo fato de demonstrar tanta independência e autoconfiança. Não sei se concordo, plenamente, com essa informação. Mas acredito que essa imagem (equivocada ou não) possa realmente existir. Talvez seja minha forma de ser. Vide minhas características astrológicas, pessoais ou, até mesmo, uma forma de auto-inibição sentimental. Tudo tem acontecido tão rapidamente que tenho até deixado de lado muitas atividades que julgo importantes. Escrever é uma delas. E, quando isso faço, começo e termino sem exatamente entender qual foi minha intenção ao me expressar. Essa mistura de sentimentos, cobranças e questionamentos me fazem perder o foco e dispersar. Queria poder reconfigurar os fusos horários do Mundo pra assegurar de que meus dias serão mais longos e válidos. E, não só isso. Queria reconfigurar a visão cultural que a sociedade tem sobre o amor e suas particularidades. O “certo” e “errado”, o “sim” e o “não”. Mas, (in)felizmente (?), tenho muita certeza de que não serei o provedor dessa revolução social. Os paradigmas são tão idealizados quanto à sociedade em si. E, como disse anteriormente, essa característica mostra-se tão vital do Homem que, até eu – que costumo acreditar em todo e qualquer tipo de mudança – custo a crer. Talvez um dia edite este texto novamente com uma resposta pra tudo isso. Enquanto isso, pego o meu relógio e vou procrastinando os ponteiros.

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