Dissertativa(mente)
sexta-feira, 6 de março de 2015
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Eu, você e a solidão
E então podemos dizer que 2015, decretada(mente),
começou. Como ele se iniciou pra você? Pra mim, sem querer categorizar ou
estereotipar, começou da melhor forma que um ano poderia começar: me fazendo
refletir. Refletir sobre os atos, os comportamentos, as experiências passadas e
as que virão, sobre as perdas (que são inevitáveis), os erros (alguns que não
podem ser revertidos, outros que podem ser consertados) e os acertos também, os
quais tenho muito orgulho de ter alcançado. Acho que nunca me senti tão sozinho
depois de um dia 31. Quero deixar isso registrado porque tenho certeza que,
logo, vou ter esse sentimento de novo, de novo, e de novo mas ele vai parecer
único, como se fosse a primeira vez. Porque a vida é bem assim, né? Cheia de
encontros e despedidas - com o próximo, com o não-tão-próximo assim, consigo
mesmo... E é isso que dois mil e quinze me trouxe já, de cara: a solidão e, com
ela, a possibilidade de pensar sobre qual é a justificativa e utilidade desse
sentimento que mais parece uma página borrada e rasgada num livro que a gente
tenta, desde o nascimento, escrever com tanto zelo e carinho mas que não pode ser retirada porque tem um número no rodapé, consta no
sumário e pode (e vai) deixar a obra incompleta. Se pudesse dar um nome a esse
capítulo que não posso arrancar da minha história, talvez ele se chamaria “solidão”.
Ou nem teria nome, seriam apenas páginas em branco, sem letras, sem escrita, sem
palavras bonitas. Talvez porque eu não escute a minha própria voz na narrativa, talvez
porque eu simplesmente me recuse a escrever nessa parte da história. Me perdi
no roteiro que eu mesmo escrevi. Sei que ele faz parte da obra, mas não sinto
que ele seja, de fato, meu. A solidão tem um pouco disso, né? De sempre andar
de mãos dadas a nós, ter certa utilidade, muitas vezes ser até boa para a ocasião mas, mesmo assim, ser recusada, evitada, não quista, não receber resposta, não
parecer nossa, não pertencer a lugar algum. Como será que ela se sente? Acho que sei como
ela se sente.
sábado, 10 de janeiro de 2015
Às vezes nem todas as letras do alfabeto são suficientes para tornar em palavras aquilo que é necessário expressar. A gente pensa, formula, soletra, recombina as vogais, mas nada se faz consoante. Nunca duvidei do poder das palavras. Sempre achei interessante o fato de não terem cheiro nem cor e, mais ainda, o fato de não poderem, de verdade, ser apagadas ou destruídas. Elas são imortais. Talvez seja por isso que hoje não consiga, do jeito que gostaria, expressá-las. Por que, se isso fizesse, tudo se tornaria uma sentença.
domingo, 7 de dezembro de 2014
terça-feira, 11 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Do muito que o nunca tem...
Nunca
senti tantas emoções, incertezas e dúvidas ao mesmo tempo. Nunca quis tanto parar um momento, dar replay, voltar pro
início. Nunca senti tanto amor e ódio, ao mesmo tempo, pela mesma pessoa. Nunca
analisei tanto meus atos para conseguir entender onde eu poderia alterar a
causa para evitar a consequência. Nunca quis tanto bater a cabeça, chorar, rasgar, dissolver e desaparecer da atmosfera. Nunca
busquei tanto uma explicação para que, de algum modo, eu pudesse aceitar e ficar bem. Nunca me envolvi tanto, aprendi tanto, apanhei tanto, me empenhei tanto,
lutei tanto para que algo desse certo. Nunca engoli tanto o choro, o orgulho,
os atos, as palavras. Nunca perdi tanto o controle, esqueci meu nome, fugi de mim. Nunca atuei tanto para representar cenas cotidianas de
felicidade. Nunca feri tanto meu ego, meu orgulho, minha auto-estima, meus limites, minha essência. Nunca
tive tanta dúvida sobre quem eu sou/era/serei. Nunca quis tanto (re)viver
um período para (re)aproveitá-lo de modo mais intenso, caloroso, febril. Nunca
me senti tão parte de outro que não a mim mesmo. Nunca palavras como “sonho”,
“respeito”, “amor”, “mudança”, algumas destas que, inclusive, tenho tatuadas em
mim, me causaram tanto desprezo. Nunca sonhei tanto que alguém voltasse a me
tratar como um dia tratou. Nunca senti tanta posse sobre o corpo, o agir, o pensar,
o querer e o amar de alguém. Nunca me vi tão enganado, excluído, deletado,
trocado, deixado para trás. Nunca imaginei que algo desse tipo aconteceria desse modo, assim, agora, repentinamente, nesse momento, comigo, com você, com o “nós” que um
dia nos uniu e hoje não existe mais. Nunca quis tanto acordar e perceber que tudo se passava de um
pesadelo. Nunca tive tanto medo do Natal, muito menos do Ano Novo. Nunca achei que fosse sentir tanta falta de um olhar sincero, de um abraço apertado, daquela risada que você ouve do banheiro e sorri de canto de boca, de criticar a direção mas lembrar que existem mil e outras qualidades, de ser convidado para almoçar no shopping no domingo - lembrar que não tenho um centavo no bolso - mas que utilizar o limite do cartão vai valer a pena só pra não negar o convite, de alguém pra ligar depois daquela aula que te consumiu por inteiro mas saber que ouvir aquela voz serena vai te reenergizar, de comprar uma bobeira qualquer na rua e dirigir o mais rápido possível, com o coração na boca, para poder deixá-la na caixa de correspondências e pegá-lo de surpresa... Nunca quis deixar o amor para segundo plano. Nunca quis deixar o amor para outra pessoa
viver no meu lugar. Nunca perdi tanto o fôlego, a luz, o ar. Nunca me senti tão sozinho. Nunca soube dizer “adeus”.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
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